A boca não é apenas um órgão para
nutrir, mas também um meio de se relacionar com o mundo. Já ao nascer, é pela
boca que o bebê é levado à satisfação, tanto que gosta de sugar, mesmo que não
tenha o alimento.
Desde
o aparecimento dos primeiros dentes até os 2 anos, aproximadamente, as crianças
costumam morder brinquedos, pessoas de seu convívio e objetos de seu dia-a-dia.
Fazem isso em busca de novas sensações e movimentos, tomando assim, aos poucos,
consciência de seu próprio corpo – de seu “eu corporal” e de seus
limites
As
mordidas nessa etapa de vida são extremamente esperadas e absolutamente normais.
Claro que não é uma situação agradável ver uma criança mordida. Isso incomoda e
aborrece adultos de todas as esferas: educadores, pais, estagiários,
assistentes, babás, além da própria criança. Outra razão para que
as crianças mordam é a falta de domínio verbal. Por não saberem se expressar,
muitas vezes mordem por conta da necessidade de se comunicarem. Assim conseguem,
através das mordidas, expressar seu descontentamento, suas frustrações, seus
desejos e necessidades. Mordem, então, por serem incapazes de se comunicarem com
clareza. Em contrapartida, sentimentos de carinho e afeto também podem suscitar
mordidas, justamente por serem emoções que ainda não podem ser nomeadas pela
criança. Afinal, quantas vezes nós, adultos, expressamos amor por alguma
criança, usando expressões errôneas, como: “Que lindo, dá até vontade de
morder!” ou “Posso morder essa barriguinha?”Não
podemos esquecer que o adulto é, de fato, o primeiro modelo a ser seguido pela
criança.
É fundamental que o adulto saiba que esta
fase das mordidas existe, mas com o tempo irá acabar, já que sua fala lhe
proporcionará mais recursos de comunicação. Estas reações fazem parte do seu
desenvolvimento e do conhecimento do mundo e não devem ser encaradas como
problemas.
O que se deve fazer quando ocorre uma
mordida é , antes de mais nada, ter muita calma , e o que se fará depende da
situação do momento, chamar a atenção com firmeza e distrair a criança. É muito
importante que a reprimenda seja feita de forma reservada, em voz baixa,
mostrando o que ela não deve fazer, até para que não se sinta humilhada.
Mostrar o ferimento do colega e explicar a criança que ninguém gosta de
sentir dor. Oferecer maneiras para que a criança que mordeu possa ajudar a
fazer o “curativo” na criança mordida.Também, dar atenção à parte mordida sem
valorizar demais o fato.