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quarta-feira, 13 de junho de 2012

O que há por traz das mordidas.

  

A  boca não é apenas um órgão para nutrir, mas também um meio de se relacionar com o mundo. Já ao nascer, é pela boca que o bebê é levado à satisfação, tanto que gosta de sugar, mesmo que não tenha o alimento.
Desde o aparecimento dos primeiros dentes até os 2 anos, aproximadamente, as crianças costumam morder brinquedos, pessoas de seu convívio e objetos de seu dia-a-dia. Fazem isso em busca de novas sensações e movimentos, tomando assim, aos poucos, consciência de seu próprio corpo – de seu “eu corporal” e de seus limites
As mordidas nessa etapa de vida são extremamente esperadas e absolutamente normais. Claro que não é uma situação agradável ver uma criança mordida. Isso incomoda e aborrece adultos de todas as esferas: educadores, pais, estagiários, assistentes, babás, além da própria criança. Outra razão para que as crianças mordam é a falta de domínio verbal. Por não saberem se expressar, muitas vezes mordem por conta da necessidade de se comunicarem. Assim conseguem, através das mordidas, expressar seu descontentamento, suas frustrações, seus desejos e necessidades. Mordem, então, por serem incapazes de se comunicarem com clareza. Em contrapartida, sentimentos de carinho e afeto também podem suscitar mordidas, justamente por serem emoções que ainda não podem ser nomeadas pela criança. Afinal, quantas vezes nós, adultos, expressamos amor por alguma criança, usando expressões errôneas, como: “Que lindo, dá até vontade de morder!” ou “Posso morder essa barriguinha?”Não podemos esquecer que o adulto é, de fato, o primeiro modelo a ser seguido pela criança. 
É fundamental que o adulto saiba que esta fase das mordidas existe, mas com o tempo irá acabar,  já que sua fala lhe proporcionará mais recursos de comunicação.  Estas reações fazem parte do seu desenvolvimento e do conhecimento do mundo e não devem ser encaradas como problemas.
O que se deve fazer quando ocorre uma mordida é , antes de mais nada, ter muita calma , e o que se fará depende da situação do momento, chamar a atenção com firmeza e distrair a criança. É muito importante que a reprimenda seja feita de forma reservada, em voz baixa, mostrando o que ela não deve fazer, até para que não se sinta humilhada. Mostrar o ferimento do colega e explicar a criança que ninguém gosta de sentir dor. Oferecer maneiras para que a criança que mordeu possa ajudar a fazer o “curativo” na criança mordida.Também, dar atenção à parte mordida sem valorizar demais o fato.