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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

SEU FILHO PRECISA DE VOCÊ...

Como melhorar o relacionamento entre pais e filhos

As gerações atuais de pais podem estar cometendo os mesmos erros que as gerações passadas. Seu pai agia da mesma forma que você age com seu filho agora? Quando muitas coisas negativas se repetem, é sinal de que devemos mudar. Tornar-se um pai melhor, mais presente e participativo não é fácil, mas também não é impossível. É necessário lembrar sempre: seu filho precisa de você...

Entre 40 e 50 anos atrás, os pais ficavam calados quando se tratava de assuntos familiares. Era trabalho das mães acordar as crianças, vesti-las para a escola, preparar os lanches e dar-lhes banho. Eram elas que consolavam os filhos quando eles iam mal nos jogos, e instruíam seus meninos a serem como o pai. E o trabalho de um filho era compreender o que significava ser pai observando o próprio pai de longe, acompanhando-o ao campo de golfe ou vendo-o virar a carne do churrasco. Esses "pais do tempo das cavernas", como explica Neil I. Bernstein no livro "Seu filho precisa de você - Lições para tornar-se um pai ainda melhor", da Editora Prumo, viriam para casa depois do trabalho, se jogariam em frente à TV ou por trás de um jornal e apreciariam um copo de uísque ou cerveja. "Esses tipos de pais começaram a se tornar obsoletos à medida que mais mulheres ingressavam no mercado de trabalho e a quantidade de divórcios crescia, criando a necessidade de os pais ficarem mais envolvidos na rotina diária de seus filhos", explica.

No entanto, os homens estão trabalhando mais arduamente do que nunca e isso os mantêm longe da família. Uma pesquisa feita em 2003 com mais de 300 pais constatou que 65% deles trabalhavam mais de 40 horas por semana, 25% trabalhavam mais de 50 horas. E esse é o tempo gasto apenas no escritório. Acrescente o tempo gasto checando e-mails em casa e respondendo ao celular durante o jantar. "Os pesquisadores confirmaram aquilo que eu vejo todos os dias no consultório: a pergunta mais freqüente que as crianças fazem é: ‘Quando o meu pai estará em casa?' e muitas vezes é a mãe que tem de dar todas as explicações", exemplifica Neil.
"Não culpo os homens por estarem confusos. Eles estão presos naquilo que chamo de ‘armadilha do pai': foram arrastados para a paternidade por seu desejo de superar os próprios pais, mas, quando eles próprios se tornaram pais, perceberam que não tinham nenhuma idéia de como fazer as coisas de forma diferente. Eles estão sendo pais no escuro, muitas vezes sem ter um modelo positivo, incertos sobre o que é considerado ‘suficientemente bom', ‘não muito bom' ou ‘mais do que suficiente'", explica.
Mas, calma, tudo tem uma solução. Neil garante que é possível tornar-se o pai que sempre quis, ser o modelo que seus filhos precisam, mas é preciso estar aberto para mudar a si mesmo.

Você não precisa ser perfeito para ser um bom pai. Só precisa trabalhar duro e com mais consciência do que está fazendo agora. Esqueça esse negócio de ser o pai perfeito, o superpai. Não existe essa história de um pai que pensa em tudo, que dá tudo, que sacrifica tudo, que vence tudo. Se essa pessoa existisse, seria um infeliz. Estaria vivendo para todo mundo, menos para si próprio.

-Um pai "bom o suficiente" encontra equilíbrio entre estar presente para seu filho e alimentar o próprio espírito.

- Um pai "bom o suficiente" deve assumir o compromisso de estar em casa para o jantar pelo menos duas ou três noites por semana.
- Um pai "bom o suficiente" mantém suas promessas e aparece quando diz que vai aparecer.
- Um pai "bom o suficiente" escuta atentamente e faz com que seu filho se sinta importante e compreendido.
-Um pai "bom o suficiente" manifesta abertamente seus sentimentos e encoraja seu filho a fazer o mesmo.

A paternidade é um estudo sobre as contradições - gentil e rude, sério e bobo, rigoroso e benevolente. Um pai é muitas vezes movido pelas dores e desilusões do filho, e está sempre procurando protegê-lo do mundo cruel. Não importa quantos erros um pai possa cometer, ele sempre vai desempenhar um papel indispensável no desenvolvimento de seu filho. Até um pai imperfeito pode ser suficientemente bom.
1. Alcance o equilíbrio confortável entre vida profissional e família.
2. Faça as pazes com seu próprio pai.
3. Manifeste seus sentimentos abertamente e incentive seu filho a fazer o mesmo.
4. Esteja "totalmente presente" quando na companhia de seu filho (sem desculpas, por favor).
5. Incentive seu filho a fazer o melhor. Lembre-o de que isso é gratificante de acordo com as circunstâncias.
6. Sirva de modelo para os comportamentos que estiver pregando.
7. Leia nas entrelinhas. Os filhos nem sempre querem dizer o que estão falando. ("Tudo bem, pai, você não precisa ir ao meu torneio de natação").
8. Reconheça suas próprias deficiências e encoraje seu filho a fazer o mesmo.
9. Evite superficialidades desdenhosas: "Ele sabe o quanto o amo". "Eu gostaria de poder ter estado lá".
10. Nunca diga a seu filho para "engolir o que sente".

Bibliografia - "Seu filho precisa de você - Lições para tornar-se um pai ainda melhor", de Neil I. Bernstein, com Brooke Lea Foster, Editora Prumo.

Thaís Bronzo

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigada, pelo texto tão significativo refleti muito.
João Carlos.